Para podermos entender um pouco mais sobre menopausa é importante sabermos os ciclos que a mulher passa durante sua vida.

Cardiologista | CRM: 125197 | RQE 95389 | +19 anos de experiência


Menopausa Natural
Definição: É quando uma mulher tem seu último período menstrual.
Idade Comum: Acontece, em média, aos 51 anos. A maioria das mulheres passa por isso entre 45 e 55 anos.


Menopausa Precoce: Quando ocorre entre 40 e 45 anos, afetando cerca de 5% das mulheres.


Menopausa Induzida
Causas: Resulta de cirurgias que removem os ovários ou de tratamentos de quimioterapia e radioterapia que afetam os ovários.


Insuficiência Ovariana Prematura (IOP)
Definição: É quando os ovários param de funcionar antes dos 40 anos.
Frequência: Acontece em cerca de 1% das mulheres.


Menopausa Prematura: Termo usado quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos, como após a remoção cirúrgica dos ovários.


Transição Menopáusica (TM)
O que é: Período em que o ciclo menstrual começa a mudar devido à redução da função dos ovários, culminando no último período menstrual.


Climatério
Descrição: É um período em que a mulher apresenta sintomas físicos e emocionais decorrentes de alterações hormonais da mulher (diminuição de estrogênio) e marca a transição entre o período fértil para fase não reprodutiva


Fases Classificadas:
Reprodutiva: Quando a mulher é fértil.

Perimenopausa: começam a ocorrem irregularidades no ciclo menstrual e sintomas decorrentes da queda hormonal.
Pós-Menopausa: Após o último período menstrual. Marca a redução significativa dos hormônios femininos


Esses termos ajudam a entender melhor as mudanças que ocorrem no corpo de uma mulher ao longo dos anos.


Os hormônios sexuais, como o estrogênio, a progesterona e a testosterona, têm papéis importantes ao longo de nossas vidas.

Eles começam a agir na puberdade, ajudando no desenvolvimento do corpo e na preparação para uma possível gravidez.

Principais Hormônios
Estrogênios e Progesterona: São os principais no corpo feminino, e estão envolvidos no ciclo menstrual, na gravidez e também afetam várias partes do corpo, como pele, ossos e cérebro.


Testosterona: Presente em ambos os sexos, mas em diferentes quantidades, é importante para a saúde geral e o bem-estar.


Mudanças ao Longo do Tempo
À medida que as mulheres envelhecem, geralmente a partir dos 45 anos, podem começar a sentir sintomas de uma condição chamada síndrome do climatério, que está relacionada à diminuição do estrogênio.

Esses sintomas incluem ondas de calor, mudanças de humor e outras alterações físicas.


Durante a menopausa, ocorrem várias mudanças no corpo da mulher que podem aumentar o risco de doenças cardíacas:


1 – Colesterol e Gorduras no Sangue: Estudos mostram que os níveis séricos de colesterol total, colesterol LDL e triglicerídeos podem aumentar, em média, de 7 a 19% da pré-menopausa para a pós-menopausa, contribuindo para um maior risco de problemas cardíacos.

2 – Metabolismo e Açúcar no Sangue: Com a menopausa, especialmente se ela ocorrer cedo, o corpo pode começar a acumular mais gordura na região da barriga.

Isso pode levar ao desenvolvimento de diabetes, que é um fator de risco para doenças do coração.

Essas alterações descritas acima favorecem o aparecimento de doenças cardíacas como aterosclerose (depósito de gordura nas artérias do coração) e por isso o risco de Infartos e ataques cardíacos aumenta durante e após a menopausa.

Mulheres que já têm problemas cardíacos podem piorar de suas condições precisando de mais tratamentos.

3 – Pressão Arterial: A pressão alta é mais comum após a menopausa e pode causar problemas no coração.

Isso acontece porque as artérias do corpo se tornam mais rígidas.

4 – Estilo de Vida: A falta de atividade física após a menopausa pode piorar a saúde do coração e aumentar o risco de quedas e fraturas.

Fumar é especialmente prejudicial, pois pode antecipar a menopausa e aumentar o risco de várias doenças, incluindo doenças cardíacas e derrames.

5 – Saúde Mental: Durante a transição da menopausa, as mulheres podem enfrentar mais depressão e ansiedade.

O estresse contínuo pode afetar o metabolismo do corpo, promovendo inflamação e aumentando o risco de doenças cardíacas.

Todas essas alterações descritas acima aumentam o risco do paciente desenvolver:


A fibrilação atrial é um tipo de arritmia, que significa que o coração bate de forma irregular.

Durante a menopausa, algumas condições podem aumentar o risco de desenvolver essa arritmia:

1 – Pressão Alta: Ter pressão arterial elevada pode contribuir para o problema. Saiba mais sobre o assunto em: Hipertensão Arterial – o que preciso saber.


2 – Obesidade: Estar acima do peso é outro fator de risco. Saiba mais sobre o assunto em: Obesidade x Doenças Cardíacas.


3 – Sedentarismo: Não fazer exercícios regularmente pode aumentar o risco. Saiba mais em: Exercícios Físicos x Coração.


4 – Excesso de Álcool: Beber muito álcool também pode ser um desencadeador dessa arritmia.


5 – Problemas nas Válvulas do Coração: Essas condições podem influenciar o aparecimento de arritmia.


6 – Múltiplas Gravidezes: Múltiplas gestações podem estar relacionado a um maior risco.


7 – Derrames: A presença de AVC prévio também é considerado fator de risco.


Além disso, começar a menopausa mais cedo pode aumentar o risco de fibrilação atrial.

O estresse, a ansiedade, a dificuldade para dormir (insônia) e a depressão são fatores que também podem contribuir para esse risco.

Câncer – O câncer assim como as doenças cardiovasculares tem os mesmos fatores de risco para seu desenvolvimento e dentre estes fatores estão idade, obesidade, tabagismo, história familiar e dieta.


Câncer de Mama e Risco Cardíaco
Mulheres na pós-menopausa que foram tratadas para câncer de mama podem ter um risco maior de problemas cardíacos.

Isso é especialmente verdade se os fatores de risco, como pressão alta e colesterol, não forem bem controlados, e se o tratamento contra o câncer afetar o coração.

Isso porque são medicações que podem ter efeitos secundários cardiotóxicos, como disfunção ventricular (coração fraco), HAS, arritmias, isquemia miocárdica, distúrbios valvares, doença tromboembólica, hipertensão pulmonar e pericardite, além de ateromatose (depósito de gordura nas artérias).

Menopausa Precoce e Câncer
Tratamentos para o câncer podem causar menopausa precoce e esta por levar a uma privação prolongada de estrogênio endógeno, causa uma variedade de efeitos metabólicos e na função vascular, incluindo intolerância à glicose, DLP, HAS e disfunção endotelial.

Isso depende de como os ovários estavam antes do tratamento e de quanto tempo a mulher foi exposta a terapias que afetam os hormônios.

Demência
À medida que envelhecemos, o risco de demência, uma condição que afeta a memória e a capacidade de pensar, aumenta.

Fatores como genética e problemas vasculares (problemas nos vasos sanguíneos) contribuem para esse risco, e a demência é mais comum em mulheres.

Problemas na Tireoide
Problemas na tireoide, uma glândula que regula o metabolismo, são mais comuns em mulheres, e a chance de ter esses problemas aumenta com a idade.

Os sintomas de hipotireoidismo podem ser confundidos com os sintomas de menopausa (fadiga, letardia, esquecimentos, dificuldade de atenção) por isso o hipotireoidismo pode passar desapercebido.

Quando a tireoide trabalha demais (hipertireoidismo), isso pode aumentar o risco de ossos fracos (osteoporose), especialmente após a menopausa.

Osteoporose e Perda de Estrogênio
Durante a menopausa, a perda de estrogênio pode resultar em ossos mais fracos, aumentando o risco de osteoporose.

Isso porque a falta de estrógeno leva a maior remodelamento ósseo negativo (ou seja se consome mais o osso do que se forma – assim o osso fica mais fraco). Quanto mais precoce a menopausa, maior o risco de osteoporose e fraturas.

A terapia hormonal pode ser uma opção para prevenir essa condição, especialmente se houver outros sintomas da menopausa, como ondas de calor.

Essas informações destacam a importância de monitorar a saúde durante e após a menopausa, e discutir com um médico sobre quaisquer preocupações ou sintomas.

Estudos mostram que a reposição hormonal ajuda muito mulheres que entram na menopausa

A reposição hormonal quando bem indicada, de forma consciente , e respeitando os limites de cada paciente, traz muitos benefícios e bem estar as pacientes.

Existe porém uma série de fatores que impedem ou pelo menos minimizam as chances de uma reposição hormonal, são eles:

1 – Sangramento vaginal sem causa aparente – normalmente sangramentos vaginais são normais apenas nas menstruações, ou nas primeiras relações sexuais, fora isso, é indicação de que algo não vai bem, por isso é necessário procurar um ginecologista para fazer exames e descobrir a causa.

2 – Doença hepática descompensada – é a condição em que o fígado perde a capacidade de remover toxinas do sangue, levando o paciente a uma situação grave.

3 – Antecedente pessoal de câncer estrogênio-dependente – Quanto mais cedo a mulher menstruar, mais tempo o tecido das mamas ficará exposto à ação do hormônio.

Essa exposição pode aumentar o risco de  câncer de mama, pois essa é uma doença hormônio dependente, o tumor se “alimenta” desse hormônio para crescer no organismo.

4 – Antecedente pessoal de doença coronariana – comprometimento do fluxo de sangue através das artérias coronarianas.

5 – Acidente Vascular Cerebral – AVC – doença que ocorre quando o fluxo de sangue para o cérebro é alterado ou bloqueado causando a morte de células cerebrais.

6 – Trombose venosa profunda – doença que ocorre quando se formam coágulos nos vasos sanguíneos.

7 – Porfiria – grupo de doenças raras em que ocorre defeito na formação das enzimas das hemácias (células do sangue).

8 – Lupus eritematoso sistêmico –  (LES)  é uma doença autoimune que provoça inflamação em vários órgãos e tecidos do corpo como pele, articulações, rins e cérebro.

 A doença é caracterizada pela produção de anticorpos, que são células que atacam as estruturas saudáveis do organismo. 

9 – Antecedente pessoal de meningioma – O meningioma é um tumor geralmente benigno que atinge as meninges, tecidos do sistema nervoso central e é o mais comum a atingir essa região.

Essa é uma decisão que deve ser tomada em conjunto entre ginecologista e paciente. O ginecologista vai avaliar indicações e contra indicações. Já a paciente deve ser informada dos riscos e benefícios, modo de administração e doses.

Vale salientar que, este artigo é informativo, mas se você está entrando na menopausa, é necessário consultar-se com um bom ginecologista , e caso haja sintomas cardíacos, procure um bom cardiologista pois, cada paciente é única e precisa de uma boa avaliação de suas condições de saúde para poder ter um acompanhamento estudado e pensado só para ela .

A Dra. Amanda Barbuio Teixeira com mais de 19 anos de experiência na área de cardiologia pode ajudá-la a passar por esta fase de forma mais leve e assertiva.

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